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domingo, 21 de agosto de 2011

A HISTÓRIA DA VILA KENNEDY



Foto da Construção das primeiras casas na Vila Kennedy




Muitos moradores não conhecem a história do surgimento da Vila Kennedy, um sub-bairro de Bangu que cresceu de forma desordenada e sem o acompanhamento e a infraestrutura necessária a este crescimento. Com uma população que hoje chega a cerca de 101,8 mil habitantes, distribuídos nos mais de 12 conjuntos habitacionais e comunidades que compõem este sub-bairro.
O Jornal Tribuna Rio realizou uma pesquisa detalhada da história do surgimento da Vila Kennedy e a partir de agora passa a narrar uma história que desde o inicio é marcada pelo abandono e pelas dificuldades que mesmo depois de passados 47 anos ainda podem ser visto estampado no bairro.
Inicio dos anos 60 o mundo vivia sob o terror da chamada “Guerra Fria” entre os blocos comunistas, liderados pela então União Soviética e os blocos socialistas liderados pelos EUA. O então Presidente dos EUA, John Kennedy, com o objetivo de inibir o avanço do Comunismo criou o projeto “ALIANÇA PARA O PROGRESSO”, com o objetivo de financiar os projetos sociais existentes na América Latina para combater as forças comunistas lideradas por Fidel Castro, líder comunista que já dirigia Cuba, e que já avança pelas Américas. O Brasil então assinou o acordo com os EUA e passou a integrar a lista dos países latino-americanos beneficiados pelo projeto.
Nesta época o Estado do Rio de Janeiro se chamava Estado da Guanabara e era a Capital Federal do País. O governador Carlos Lacerda, ocupava o cargo Maximo do poder executivo estadual, e resolveu aplicar os recursos repassados pelo Governo Federal na construção de bairros proletários, com a intenção de terminar com a favelização nos bairros que cercavam a Capital Federal, desta forma, vários bairros foram criados, dentre eles a Vila Kennedy. Existia uma área de grande extensão entre o Distrito Industrial de Bangu e a Zona Rural de Campo Grande, considerada a área ideal, pois estava bem distante dos holofotes da imprensa estrangeira e poderia “tornar” a Capital Federal livre das favelas. Seria ideal para o Governo “esconder” a população que a cada dia crescia mais, tornando mais populoso o Morro do Pasmado, que se localizava em Botafogo, da Favela de Ramos (favela Maria Angú) e da Favela do Esqueleto, que se localizava na área que hoje existe o Campus da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Objetivando, a idéia principal e o objetivo maior era retirar as favelas que cresciam de forma rápida do cenário Federal, então a “jogada de mestre” do governo foi tirar essas pessoas dos grandes centros urbanos da Capital e criar os bairros proletários bem distantes do centro, e esconder a sujeira da cidade para debaixo do tape. Sendo assim, de posse dos recursos federais e com a área disponível, iniciaram-se as obras de construção das unidades habitacionais.
  No dia 20 de Janeiro de 1964, o então Governador Carlos Lacerda inaugurou a Vila Kennedy, que para homenagear o Presidente Americano assassinado em Dallas e criador do projeto que originou a comunidade, recebeu o seu nome no bairro (Kennedy, John). Alguns moradores recebem suas unidades de forma pacifica, porém a grande maioria não concordava com aquela mudança forçada, pelo simples motivo de estarem se distanciando por demais dos centros comerciais, conseqüentemente sabiam das dificuldades que teriam que enfrentar no que dizia respeito ao transporte e a locomoção até seus empregos. Além de terem a dura missão de “desbravar” uma área nitidamente rural e sem qualquer semelhança de onde vinham. A desorganização do estado na entrega das chaves foi tamanha, não respeitaram as preferências legais e não levaram em consideração a questão do grau de parentesco, separando famílias que antes moravam próximas, dentro do mesmo quintal, e naquele momento estavam sendo colocadas a kilometros de distancia, sem qualquer previa avaliação neste sentido. Um fato interessante que se não fosse real talvez pudesse ser ate interpretado como piada, à mesma chave abria qualquer residência dentro do conjunto, ou seja, todas as casas receberam a mesma fechadura, deste modo como as casas eram padronizadas, muitos foram os casos onde moradores erravam de casa e acabavam entrando na casa de seu vizinho, causando um transtorno sem dimensão.
Com o passar dos anos, muitas outras comunidades foram surgindo na Vila Kennedy e o crescimento pode ser constatado até nas urnas, hoje a Vila Kennedy tem mais de 55 mil eleitores, entre aqueles que moram no bairro e aqueles que se mudaram e não transferiram o domicilio eleitoral. Outro ponto relevante, o crescimento do comercio e das atividades econômicas representa um grande volume de impostos e recursos aos cofres públicos, mais por outro lado, os mesmos problemas que se viam há 47 anos, se repetem hoje. Podemos destacar a infraestrutura, o saneamento básico, os transportes, a iluminação pública, entre outros que surgem ou se ampliam a cada ano com o crescimento desordenado da população desta região. Um exemplo claro disso é a questão que envolve o Rio Sardinha, objeto de matéria publicada na edição anterior deste jornal. O mesmo problema enfrentado pelos pioneiros do bairro na inauguração é enfrentado hoje pelos moradores atuais. Um rio cercado de mato, que há muito tempo não sofre uma dragagem, e esta abandonado, sendo um foco de doenças a céu aberto.
Enfim, reconhecemos o trabalho que vem sendo feito pelas Autoridades Municipais nesta região, sabemos de todas as dificuldades encontradas para trazer o progresso a Vila Kennedy. A população tem consciência das realizações na comunidade, um exemplo disso foi à construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), a revitalização das Praças Dolamitas e Leiria, dentre outras realizações que beneficiam os moradores não só da Vila Kennedy, como a todos os moradores dos bairros adjacentes. Mais é muito pouco em relação ao crescimento explosivo que o bairro sofreu durante esses 47 anos, principalmente quanto às intervenções comparadas a outras comunidades mais recentes. Sabemos do atraso político que nosso município vivem hoje, mais pedimos mais empenho de nossos governantes na questão das reivindicações para essa região. Destacamos o pedido de implantação das Obras do Projeto Bairro Maravilha para as comunidades do Jardim Progresso, do Alto Kongo, Vila Metral entre outras que sofrem com a precariedade do sistema de saneamento básico e pavimentação inexistente, a restauração e revitalização da Praça Miami e da Estátua da Liberdade, réplica original do símbolo americano de liberdade.
Alertamos as autoridades sobre estes problemas e reivindicações existentes no bairro, e pedimos aos nossos representantes mais empenho no atendimento.
Por Tavares de Lima
Contribuíram: Luciano Baduy e Waldomiro Phelippe.

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