Quem sou eu

MORALIDADE E DIGNIDADE AO JORNALISMO: O JORNALISMO HÁ DE SER DIRECIONADO PARA INFORMAÇÃO VERDADEIRA E LIVRE DE DISTORÇÃO E CONOTAÇÕES PARA O ESCLARECIMENTO AO POVO BRASILEIRO. O LEGÍTIMO PAPEL DO JORNALISMO É DE CONSTRUIR A NOTÍCIA PASSO A PASSO, ESTRUTURANDO-A EM CIMA DA VERDADE, FORTALECENDO A DEMOCRACIA E PREVALECENDO AS INSTITUIÇÕES. - WALDOMIRO PHELIPPE / JORNALISTA

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

BAIRRO GERICINÓ: UMA TRISTE REALIDADE







Sinônimo de presídio e lixão, o Bairro Gericinó vive a margem da sociedade carioca.

Quando o então Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, o Sr. Cesar Maia, criou o Bairro Gericinó através da Lei Nº 3.852 de 23 de Novembro de 2004, nada fez além de desmembrar um sub-bairro de Bangu com aproximadamente 14 mil pessoas que formam a população carcerária, 01 lixão, que para soar melhor aos ouvidos de quem ouvi se chama “aterro sanitário” e um campo de treinamento do Exercito Brasileiro, um “verdadeiro tesouro” para os 17,3 mil habitantes desta localidade.  Na época da sanção da lei, o então Prefeito Cesar Maia, ainda se referiu ao desmembramento como um ato ilusório e prometeu designar uma autoridade para definir quais as intervenções seriam feitas no novo bairro. Mais passados 07 anos, o que podemos constatar é que nada, absolutamente nada de concreto foi feito em prol do Bairro Gericinó.
Hoje vivemos uma situação ainda mais complicada e complexa daquela vivida há 07 anos, visto que, durante este período esta região cresceu por demais, novos conjuntos habitacionais se instalaram no Bairro e as políticas de infraestrutura que deveriam acompanhar este crescimento deixaram muito a desejar. Sabemos que essa região vive num atraso histórico em relação ao desenvolvimento social e urbano, herança de governos municipais anteriores que pecaram no que diz respeito às intervenções nessa região, muito esta se fazendo na zona oeste, reconhecemos o trabalho do Governo atual, mais alertamos que ainda é muito pouco em relação ao atraso político, social e moral que enfrentamos atualmente.
Nenhuma justificativa concreta foi apresentada para a criação do Bairro Gericinó, por outro lado, os moradores têm a certeza absoluta que se tratou de uma iniciativa de uma parte “elitizada” dos moradores do Bairro de Bangu que não podiam conviver no mesmo bairro em que habitavam a população carcerária, os catadores de lixo e as bombas e canhões adormecidos do Exercito Brasileiro. Se compararmos bem, vivemos a mesma situação de “APARTHEID” sofrido pelos Sul-africanos, segundo o morador do Bairro Gericinó Roberto Almeida, “moro aqui a mais de 30 anos, e sabemos que os moradores de Bangu não aceitavam conviver no mesmo bairro da localização de Presídios, aterro sanitário e campo de instrução, me sinto com os moradores da África do Sul na época de Líder Mandela, isso significa que vivemos um verdadeiro APARTHEID pelos moradores, sem contar que hoje nada que venha melhorar nossa vida acontece aqui no bairro, ou seja, o Gericinó pra ele é lugar daquilo que não presta”.


Outro exemplo claro da forma que a Administração Pública não prioriza as necessidades desta região são as obras de Recuperação do Calçadão de Bangu, em menos de 10 anos após sua inauguração, o Calçadão irá receber obras de recuperação, ou seja, enquanto o Bairro Gericinó não conseguiu ainda um projeto de infraestrutura que torne a vida de seus moradores mais digna, o Calçadão irá receber mais de R$ 3.200.000,00 de investimentos Municipais novamente, fica a dúvida: será que o Bairro Gericinó não merece uma obra de infraestrutura? ou não existe interesse por parte da Administração em realizar obras neste espaço esquecido e abandonado da zona oeste?
Mais isso ainda não é tudo, segundo o site Folha da Terra, “A Câmara dos deputados esta avaliando projeto de lei 62/11 do deputado Otávio Leite (PSDB RJ) que cria um aterro sanitário em uma área da União localizada no bairro de Gericinó (Bangu). O deputado justifica que o imóvel, que era utilizado como campo de provas pelo Exército e está desocupado há anos, é um "espaço perfeito" para o aterro, porém esquece-se que um dos deveres dele é defender o cumprimento das leis, e nesse Caso, a lei diz que o lixo deve ser tratado e reciclado, caso a acaso.
Outro aspecto que merece a atenção da população da Zona Oeste é que este projeto tem características diferentes, pois se destina à regular matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, não se sujeitando a sanção ou a veto do presidente da República.
Com a aprovação apresentação do projeto o deputado parece estar pensando em resolver só o problema da Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral, em detrimento do meio ambiente estadual e nacional.
O deputado reconhece que o Rio, a Baixada Fluminense e a Baía da Guanabara "correm risco ambiental por não terem mais espaços disponíveis para o despejo sanitário e lembra que a saturação do aterro de Gramacho e a inviabilidade da implantação do aterro sanitário em Paciência, ampliam o problema, porém não faz menção à lei regulamentada em dezembro passado pelo presidente Lula e que deve ser cumprida.” Diante de mais esse episódio fica a pergunta: ATÉ QUANDO O BAIRRO GERICINÓ SERÁ VISTO PELAS AUTORIDADES MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS COMO UM BAIRRO QUE É SINONIMO DE LIXO, PRESIDIO E CAMPO DE TREINAMENTO? O QUE FALTA PARA QUE AS AUTORIDADES ENXERGEM QUE NO BAIRRO GERICINÓ EXISTEM PESSOAS TRABALHADORAS E DIGNAS, QUE PAGAM SEUS IMPOSTOS COMO TODO O CIDADÃO BRASILEIRO?
Fica aqui um alerta para as Autoridades e principalmente para os políticos de nossa região. Precisamos de uma intervenção de forma rápida e consistente na representação de nossos interesses. E aos moradores do Bairro Gericinó uma observação: o ano de 2012 é ano eleitoral, que possamos avaliar o trabalho e as realizações daqueles que realmente fizeram valer nossos votos e daqueles que realmente trabalharam para tornar a nossa vida mais digna, para que não possamos cometer os mesmos erros do passado e colocar na posição de representação de nossos interesses homens que não honraram com a sua palavra e que não cumpriram aquilo que juraram um dia fazer: representar o Povo Carioca com dignidade, honestidade e lealdade.
Por Luciano Baduy e Waldomiro Phelippe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário